segunda-feira, 2 de setembro de 2013

II CAPÍTULO

II 

O chamado

Ficamos a espera do chamado, aliás do telegrama da Prefeitura do Recife, nos convocando. E assim aconteceu.
Numa manhã de segunda-feira,cinco de novembro de 2007, Ana Clarice recebera o tal telegrama e  logo liga pra mim:
― Tatiana! Alô! Tatiana! Gritava!
― Oi, menina, calma, o que houve?
― Recebi o telegrama da prefeitura, agorinha mesmo. Fala Clarice toda ansiosa, dava até pra ouvir sua respiração ofegante.
― Eu ainda não, recebi. ― Mas vai receber amiga!
― Tenho que comparecer e levar todos os meus documentos no dia marcado.
― Legal, Clarice, já vai separando e tirando copias,pra não esquecer de nada.
― É isso que vou fazer. Vou indo Tatiana, beijo, depois nos falamos, quando o seu chegar me avise.
E assim fiquei no aguardo do telegrama chegar. Mas pensei que não fosse vir naqueles dias, ou até meses, já que minha colocação tinha sido baixa.
No dia marcado, Ana Clarice levara seus documentos, e num dado momento é chamada para escolher sua escola, a que ia lecionar. Todas as convocadas tinham a mesma tarefa.
Entre muito bairros da cidade do Recife, ela escolher o COQUE, pra espanto de quem estava ao seu lado e que diz:
 ― Nossa! ―Tu vai mesmo pra esse?
― Lá é tão perigoso, comentou uma professora à Ana Clarice.
― E é?! Qual bairro não é? ― Respondeu Ana, com um tom de  voz irritado.
― Escolho o COQUE, se é perigoso ou não, verei quando chegar lá.
No dia marcado Ana Clarice sai de casa cedo e pega um ônibus em direção a Estação Joana Bezerra. Chegando, fica parada olhando tudo em sua volta, respira fundo e diz: ― Deus, aqui estou, se for de sua vontade permanecerei, o medo que estou simplesmente é de enfrentar o “novo”, mas sei que tu és Pai e não vai me abandonar! Desabafa com um vozinha meio chorosa.
A primeira impressão nada a surpreende, pensa não haver nenhuma diferença de outros bairros, comércios, lojinhas, crianças na rua,muito lixo,ambulantes, movimento de veículos, fila de táxi,emfim tudo que era de se esperar, todo bairro tem seu índice de violência , nenhum escapa,pensa Ana. 
Com um papel à mão tinha o endereço da escola, Rua Cabo Eutrópio, Escola Municipal Professor José da Costa Porto. Pára um rapaz que estava à sua frente:
― Oi, bom dia! Você sabe onde fica a rua Cabo Eutrópio?
― O rapaz, balançou a cabeça de forma negativa.
Segue em frente, e observa que a rua que estara é paralela ao caminho que o metrô percorre e fica observando,meio curiosa. ― Que rua longa! Exclama. Mas a frente chama um senhor, que meio assustado fica parado a espera de sua aproximação.
― É o que? Diz ele. Parece temer algo. ― O que será que ele pensa que eu sou?
― Bom dia! Ele nem responde. ― O senhor sabe onde fica ...?
― Sei não! ― Ele nem deixou Ana  terminar de dizer o que estava procurando. Ela sorrir meio encabulada e agradece.
Num cruzamento, Ana vê alguns comércios e fica mais tranquila, mais gente na rua, com certeza alguém lhe ajudara.
― Bom dia, moça. Ela passava jogo de bicho numa banca, nem sequer levantou a cabeça,pra responder.O senhor, que estava fazendo seu jogo, foi que respondeu e gentilmente foi perguntando:
― A senhora tá procurando alguém ou alguma coisa?
― Estou, é a rua Cabo Eutrópio. ― Oxê! Você esta nela.
― E a escola Costa Porto, da prefeitura?
― Mais na frente. Ande mais um pouquinho, do seu lado direito, não tem erro, lá está ela, tá vendo? Perguntou o senhor.
― Sim, estou. Que bom já andei tanto! E neste Sol!
― É professora,é? ― Sim, vou ensinar lá. ― Boa sorte! E bem vinda ao Coque.











2 comentários:

  1. Muito bom! E quando a Tatiana vai ser chamada? fiquei até com pena rsrsrs
    Quanto a achar a escola, realmente o povo do Coque é bem solicito quando se pergunta com educação. E que bom que a Clarice encontrou alguém assim.

    Esperando o próximo!

    Angela
    http://ahistoriadejulia2.blogspot.com.br

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  2. tem uma tag pra você lá no meu blog! Abraços
    att
    Angela Lira
    http://ahistoriadejulia2.blogspot.com.br/

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